Arriscar a própria vida em benefício do rebanho é o grande heroísmo do bom pastor, na parábola do Evangelho (Jo 10, 11-16).

Mas qual o pai ou a mãe, ou quem quer que seja, capaz de dar como alimento sua carne e como bebida seu sangue por amor ao próximo? Só mesmo Deus estaria à altura de tão ilimitada virtude.

Com muita propriedade diz São Pedro Julião Eymard:

A Eucaristia é, por excelência, o Sacramento do Amor. (…) Na Eucaristia, recebemos o autor de todos os dons: o próprio Deus. É, portanto, principalmente na comunhão que aprendemos a reconhecer a lei de amor que Nosso Senhor veio nos revelar.

A devoção a Jesus Sacramentado é um dos pontos centrais de nossa espiritualidade.

Em todas as nossas casas, procuramos ter adoração perpétua. E quando isto não é possível, por insuficiência de quorum, fazem-se ao menos várias horas por dia de oração perante o Santíssimo.

Por isto os Arautos do Evangelho do mundo inteiro se rejubilaram de maneira especial com a promulgação da encíclica Ecclesia de Eucharistia, na última Quinta-Feira Santa.

Sobre Maria, o Papa João Paulo II já nos havia dito uma palavra de forte estímulo, ao lançar o documento Rosarium Virginis Mariæ, instituindo os mistérios luminosos do santo rosário, os quais nos auxiliaram a rezar com maior fervor o saltério mariano, recitado ininterruptamente, nas 24 horas do dia, em todo o mundo pelos membros de nossa associação.

Eucaristia, Maria e o Magistério infalível da Igreja: eis as três pilastras nas quais se funda a vida sobrenatural dos Arautos do Evangelho.

Sentimos verdadeiro gáudio em poder enriquecer o presente número de nossa revista com a publicação das partes essenciais desse precioso documento sobre a Sagrada Eucaristia. Tanto mais que ele faz um belíssimo eco ao evangelho do 4º domingo da Páscoa, pois, ao término da encíclica, escreve o Santo Padre: “Bone Pastor, panis vere, Iesu, nostri miserere…” – Bom Pastor, pão da verdade, Jesus, tende de nós piedade.