Além de infalível, a Igreja Católica é imortal.

Ao dizer que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16,18), o divino Mestre quis dar a entender que ela nem sequer poderia chegar à beira de uma “agonia”.

Santidade é outra de suas características.

Confiada a Pedro, nasceu ela do preciosíssimo Sangue de Deus feito Homem, e por isso nunca poderá decair.

Foi o que ensina­ram os Padres do Vaticano II, ao afirmarem que

a Igreja, cujo mistério é exposto por este sagrado Concílio, é indefectivelmente santa. Na verdade, Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito é proclamado “o único Santo”, amou a Igreja como sua esposa, entregando-Se a Si mesmo por ela, a fim de a santificar (cfr. Ef., 5,25-26); uniu-a a Si como seu corpo e enriqueceu-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus (Lumen Gentium, 39).

Assim, a despeito de falhas que possam se verificar no componente humano do corpo eclesial, a Igreja é essencialmente santa, razão pela qual engendra almas santas em todas as partes do mundo, em todas as épocas da História, e isto até mesmo nas na­ções ou nos séculos imersos nas maiores tempestades.

Às vezes ela suscita pessoas da mais alta virtude precisamente em épocas de extrema necessidade.

São considerações que importa muito ter em vista, no momento em que, em meio a inúmeros obstáculos, a Igreja se lança nos esforços da nova evangelização.

A expansão do Reino de Cristo não encontra sua força motriz na pura atividade apostólica. A alma propulsora do “ide, pois, e ensinai a todas as nações” (Mt 28,19) se fundamenta na virtude.

A santidade é que atrai os corações para o bem e a verdade. É ela, diz o Papa:

a dimensão que melhor exprime o mistério da Igreja. Men­sagem eloquente que não precisa de palavras, ela representa ao vivo o rosto de Cristo (Novo Millennio Ineunte, nº 7).

Como os descobridores que partiam em busca de novas terras e se mantinham no cesto da gávea perscrutando o oceano, assim também nos importa agora observar os horizontes da Igreja, in­dagando-nos onde se encontram essas almas santas que devem suscitar um revigoramento da fé em todo o mundo.

Elevemos nosso olhar ao Sapiencial e Imaculado Cora­ção da Esposa do Espírito Santo, e façamos até Ele chegar o ardor de nos­sas preces, de modo a acelerar a desejada aurora de santida­de, para iluminar a face da terra e implantar a mais bela de todas as eras históricas.