As árvores, como todos os seres vivos, nascem, desenvolvem-se, atingem seu apogeu, declinam e morrem.

Muitas delas poderiam ser escolhidas para símbolo da mais bela de todas as instituições, a Santa Igreja, nascida do costado de Cristo e dotada de algo não existente sequer no reino animal: sua imortalidade em meio a um esplendor sempre renovado.

Ao dobrar dos séculos e dos milênios, sem deixar de amparar e conservar suas conquistas, vai ela abrindo outros campos às vezes até surpreendentes.

É do coração de nosso atual Pontífice, S. S. o Papa João Paulo II, que vemos surgirem, sob o sopro do Espírito Santo, novas folhas, flores e frutos nos frondosos ramos da árvore da Igreja. Entre todas, destacamos hoje os movimentos eclesiais.

A respeito deles assim se referiu o Santo Padre, em mensagem aos participantes de seu Congresso mundial (27-5-1998):

Desde o início do meu pontificado, atribuí especial importância ao caminho dos movimentos eclesiais e tive ocasião de apreciar os frutos da sua difundida e crescente presença, no decurso das visitas pastorais às paróquias e das viagens apostólicas. Constatei com prazer a sua disponibilidade para pôr as próprias energias a serviço da Sé de Pedro e das igrejas locais. (…) Eles representam um dos frutos mais significativos daquela primavera da Igreja (…) A sua presença é encorajadora.

E em seu discurso durante o mesmo Congresso, acrescentou:

Os movimentos e as novas comunidades eclesiais são a resposta suscitada pelo Espírito Santo a este dramático desafio do fim do milênio (30/5/1998).

Já anteriormente, preparando o caminho para João Paulo II, a Constituição Dogmática Lumen Gentium deixava claro corresponder de maneira especial aos leigos

iluminar e organizar todos os assuntos temporais aos quais estão estreitamente vinculados, de tal maneira que se realizem continuamente segundo o espírito de Jesus Cristo e se desenvolvam e sejam para a glória do Criador. (…) Aos leigos pertence, por vocação própria, buscar o Reino de Deus tratando e ordenando, segundo Deus, os assuntos temporais (LG 31).

Ora, sobretudo em face de uma cultura e civilização materialistas e de uma sociedade constituída por modelos de vida essencialmente ateus, a melhor maneira de cumprirem os leigos essa nobre tarefa evangelizadora consiste, de fato, em organizarem-se em movimentos eclesiais.

Eis aqui a razão do grande apoio e incentivo de nosso Papa a essa “nova era agregativa dos fiéis leigos” (Christifideles Laici, 29), como também de ter ele, por primeira vez na História, concedido a uma associação privada de fiéis, os Arautos do Evangelho, uma igreja em sua diocese de Roma.