As últimas palavras de Jesus ao término da Santa Ceia constituem uma das mais belas orações ao Pai, rogando pela sua Igreja:

Para que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós, a fim de que o mundo acredite que Me enviaste (Jo 17, 21).

Difícil é encontrar na ordem da natureza criada algum elemento que sirva de metáfora para melhor entendermos essa tão entranhada união toda feita de amor.

Talvez a riquíssima variedade de vocações, espiritualidades e carismas, que ao longo de vinte séculos de História esse amor unitivo fez desabrochar no jardim da Igreja, seja um ótimo exemplo para tal.

Agostinianos, beneditinos, carmelitas, franciscanos, jesuítas… – não haveria espaço para mencioná-las todas – constituem belíssimas estrelas no firmamento do Corpo Místico de Cristo a cintilar pela disciplina de suas regras, pela mentalidade e arquetipia dos santos que as fundaram, pela peculiar forma de cada uma delas se relacionar com Deus.

E assim como numa família é grande a emoção ao ser ela premiada pelo nascimento de mais um membro, também na frondosa árvore da sociedade espiritual, o surgimento de um novo ramo sempre vem acompanhado de gáudio e consolo para todos os fiéis.

Essa será a constante até ao fim do mundo, pois a alma da Igreja é o Paráclito.

Por isso, é com alegria que vemos florescer no seio da Santa Igreja os mais variados movimentos. Cada um com suas características próprias, são, por assim dizer, a resposta específica do Espírito Santo às dificuldades e desafios que borbulham nestes conturbados dias em que vivemos.

Edifica, por exemplo, ver a dedicação apostólica dos Legionários de Cristo; conforta ter notícias do bem-sucedido Congresso Internacional Mariano dos Focolares, realizado recentemente em Castel Gandolfo; agrada o constante amor à Mãe de Deus do Movimento Sacerdotal Mariano; a infatigável propagação de Mater Ter Admirábilis feita por Schöenstatt; o zelo e a caridade dos vicentinos; o dinamismo mediático da Canção Nova… E quantos outros!

A lista seria interminável, como interminável e unitivo é o amor de Deus pela sua Igreja.

“Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12). É de dentro do prisma deste preceito que “Arautos do Evangelho” trará a seus leitores, doravante, notícias sobre a ação do Espírito Santo no seio da Igreja.

Hoje damos o primeiro passo nesse novo caminho com a entrevista concedida por Dom Gil Antônio Moreira sobre as vocações eclesiais.