O que terá levado os Reis Magos a verem no aparecimento de uma nova estrela o anúncio do nascimento do Salvador?

Os Evangelhos pouco dizem sobre esses misteriosos personagens, que vieram do Oriente para adorar o Deus Menino recém-nascido.

Mas o fato de esses singulares viajantes terem vindo de tão longe, leva a supor que eles, de há muito, esperavam o advento do Messias, e tinham como certo que seu nascimento seria anunciado pelo surgimento de uma nova estrela.

Talvez se baseassem em alguma profecia, ou antiga tradição que de geração em geração chegara até eles. Porém, o que mais os faria desejar a vinda do Salvador era, provavelmente, a degradante situação moral do mundo de então.

À exceção do pequeno povo de Israel, o único a adorar o verdadeiro Deus, todas as demais nações estavam atoladas no paganismo, e na mais profunda decadência moral.

E poucos eram os homens não pertencentes à nação eleita que seguiam a Lei de Deus. Eram os Magos, sem dúvida, alguns desses poucos…

E por viverem no meio de povos pagãos, que adoravam falsos deuses, deviam sentir de forma mais aguda a necessidade de uma regeneração moral e religiosa do mundo, à semelhança do que ocorre em nossos dias com os cristãos que não se deixam arrastar pela idolatria do prazer e do gozo desenfreado da vida, permanecendo fiéis a Jesus Cristo, em meio ao paganismo de nossa sociedade.

Mas todas essas circunstâncias não explicam por que motivo os Magos seguiram aquela estrela com tanta certeza…

É verdade que os profetas do Antigo Testamento determinavam com impressionante exatidão a época e o lugar do nascimento do Messias.

Porém, mais do que tudo isso, a graça de Deus alimentava neles uma forte esperança de solução divina para a crise em que vivia o mundo de então. E por isso estavam atentos aos sinais dos tempos.

Certamente com essa perspectiva, eles perscrutavam longamente o horizonte, do alto de alguma torre elevada, durante as misteriosas noites orientais, prestando atenção, também, na voz da graça que se fazia ouvir no seu interior. Pois estavam certos de que algo, que eles talvez não soubessem definir, daria novo rumo às suas existências.

Podemos conjecturar que a descoberta da estrela de Belém, pelos Magos, foi acompanhada de uma intensa alegria e do renascimento da esperança na alma daqueles homens de Fé.

Puseram-se a caminho, enfrentando todo tipo de riscos.

Não sabemos de que forma se juntaram os três; se por acaso, ao longo do percurso, se por combinação prévia.

Mas a Providência Divina quis unir na mesma peregrinação jubilosa aqueles que tanto haviam esperado, para que juntos recebessem a recompensa de sua fé perseverante: verem o Salvador do mundo.

Também cada novo carisma que surge no firmamento da Igreja é uma nova estrela de esperança para os cristãos. Pois é um dom precioso do Espírito Santo para atender às necessidades da Igreja.

E por isso, leitor, não o convidamos hoje a perscrutar o céu, à procura de novos astros, como o faziam os Magos. Mas convidamo-lo a perscrutar o horizonte de sua própria alma, para saber o que a graça de Deus lhe inspira.

Sem dúvida, a situação caótica do mundo o fez perder as esperanças em soluções humanas; e talvez tenha sido tentado a desanimar de toda e qualquer solução…

Mas, se ao abrir estas páginas uma luz de esperança se acender em seu interior, tenha por certo que os Arautos do Evangelho são um novo carisma que o Espírito Santo pôs ao serviço da Igreja. E, como a estrela de Belém, vêm anunciar aos homens e mulheres de nossa época um modo novo de viver a mensagem do Evangelho.

É essa novidade que o leitor encontrará nas páginas da revista “Arautos do Evangelho”, a qual estará mensalmente à disposição do público católico. Nela será possível encontrar os mais variados temas — atualidades, doutrina católica ou cultura geral — tratados sob o prisma do carisma dos Arautos do Evangelho.

De sua leitura, esperamos resulte um incremento, nos cristãos, da devoção à Eucaristia, a Maria Santíssima e à Cátedra de Pedro, as três colunas da espiritualidade dessa associação privada de fiéis, a primeira a ser aprovada pelo Papa no terceiro milênio.