Em meio às aflições e dramas pelos quais passa a humanidade, o sucessor de Pedro contempla o horizonte carregado de ameaçadoras nuvens e, movido pelo infalível sopro do Espírito Paráclito, discerne ter chegado o momento de ancorar a mais preciosa das barcas, para enfrentar a grande tempestade que se avizinha.

Se não fosse a promessa irreversível do Senhor: “as portas do Inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18), o futuro imediato da Barca de Pedro poderia ser a submersão pela procela apocalíptica que a cerca de todos os lados.

Será, entretanto, suficiente lançar âncoras e assistir de braços cruzados aos acontecimentos, tendo em vista a garantia de imortalidade da Igreja? Não é como tem procedido nosso Papa, nas atuais circunstâncias.

Uma de suas mais destacadas providências foi amarrar a Nau da Igreja à coluna da Eucaristia e à de Maria. Este é o marco de luz e esperança do 25º aniversário de seu pontificado.

Tem ele se destacado como um Papa apaixonado por conduzir os fiéis a abraçarem a santidade, essencialmente eucarístico e mariano, conforme atestam seus documentos.

Desejo envolver mais plenamente a Igreja inteira nesta reflexão eucarística para agradecer ao Senhor especialmente pelo dom da Eucaristia e do sacerdócio: “Dom e mistério”. Se, ao proclamar o ano do rosário, quis pôr este meu vigésimo quinto ano sob o signo da contemplação de Cristo na escola de Maria, não posso deixar passar esta Quinta-feira Santa de 2003 sem me deter diante do “rosto eucarístico” de Jesus, propondo à Igreja, com renovado ardor, a centralidade da Eucaristia. Dela vive a Igreja; nutre-se deste “pão vivo” (Ecclesia de Eucharistia, 6-7).

Ensina também o Santo Padre que

do mistério pascal nasce a Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento por excelência do mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial (idem, 3).

Confiante no triunfo do Imaculado Coração de Maria, por Ela prometido em Fátima, com ardor proclamou-A intercessora da Igreja, da humanidade e do futuro:

Neste dia particular, confio de novo nas mãos da Mãe de Deus a vida da Igreja e a vida tão atormentada da humanidade. A Ela confio o meu futuro. Entrego tudo nas suas mãos, para que, com amor de mãe, apresente ao seu Filho “para servir à celebração de sua glória” (Audiência, 16/10/2002).

Enalteceu o quanto pôde a recitação do santo rosário: “Quantas graças recebi nestes anos da Virgem Santa através do rosário: Magnificat anima mea Dominum!” (Rosarium Virginis Mariæ, 2).

Abrimos este mês de outubro trasbordantes de gratidão a Deus, por meio de sua Mãe Santíssima, pelo 25º aniversário de pontificado de nosso queridíssimo Papa.