Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vai­dades! Tudo é vaidade. Que proveito tira o ho­mem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol? Uma geração passa, outra vem; mas a terra sempre subsis­te. O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a vol­tar a seu lugar; em seguida, se levanta de novo. O vento vai em direção ao sul, vai em direção ao norte, volteia e gira nos mesmos circuitos. Todos os rios se dirigem para o mar, e o mar não transborda. Em direção ao mar, para onde correm os rios, eles con­tinuam a correr. Todas as coisas se afadigam, mais do que se pode dizer. A vis­ta não se farta de ver, o ouvido nunca se sacia de ou­vir. O que foi é o que será: o que acontece é o que há de acontecer. Não há nada de novo debaixo do sol (Ecl. 1, 3-9).

Dura é a cerviz do homem quando se trata de admitir essa lei da História, tão claramente enunciada pelo escri­tor sagrado.

Analisada pelo prisma meramente teórico, tal­vez ninguém se levante contra a evidência dessas afirma­ções da Escritura; contudo, na prática, toda a humanidade delas se esquece.

Neste início do terceiro milênio da era cristã, quão vantajoso seria, para nosso presente e futuro, viver o sábio conselho do Eclesiastes: “Vaidade das vaidades…”

A experiência de nossos antepassados, com seus sucessos e fracassos, deveria ser suficiente para nos ajudar a encontrar a verdadeira felicidade.

Uma expressão francesa, “tudo passa, tudo se quebra, tudo se desgasta, e tudo se substitui”, exprime de modo inteligente e sintético o mesmo vazio das coisas deste mundo e a frustração de todos aqueles que puseram apenas nelas a sua alegria.

É dessa fatuidade que advêm as guerras, inseguranças, rixas, infortúnios, ma­logros, desânimos e, às vezes, o próprio desespero.

Mas onde procurar a felicidade, pela qual todo homem anseia? Nos exemplos e lições do Divino Mestre, deixados no Evangelho, cujo cerne se lê em São Lucas: “Buscai, pois, o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo!”