Em torno de vossa pessoa, os membros dos movimentos e das novas comunidades se reuniram transbordantes de alegria e de gratidão pelo dom deste encontro de oração, que constituirá outro marco em suas vidas e em seu serviço à Igreja. Respondendo ao convite de Vossa Santidade, este povo se pôs a caminho de todos os cantos da terra rumo ao coração da Igreja, para reviver com o Sucessor de Pedro o mistério de Pentecostes.

Com essas palavras cheias de amor e veneração pelo Santo Padre, Dom Stanisław Riłko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, bem expressava os sentimentos que crepitavam nos corações dos 450 mil peregrinos reunidos naquela memorável tarde de 3 de junho, na Praça de São Pedro.

Tratava-se do encerramento do II Congresso Mundial dos Movimentos e das Novas Comunidades, que reunira, durante três dias de frutíferos trabalhos, fundadores e responsáveis dessas realidades eclesiais.

Numa época de tanta demolição e decadência, de tanto desânimo e desesperança, era emocionante contemplar aquele mar humano proveniente de todas as nações, profissões e classes sociais, falando uma enorme diversidade de línguas, mas firme e fraternalmente unido pela fé na Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Beatíssimo Pai – continuou Dom Riłko –, vós nos ensinastes que, onde o Espírito Santo irrompe, sempre suscita surpresa, desconcerto, assombro, porque transforma as pessoas, muda o curso da História, gera frutos que nunca poderiam nascer da planificação humana. E hoje queremos elevar bem alto nosso canto de louvor pelos frutos de santidade de vida, de comunhão, de coragem e de inspiração missionária que esses novos carismas fazem florescer na Igreja de nosso tempo e que são sinais de uma renovada primavera cristã.

Mas, “assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2,26). Os fiéis hoje engajados nos movimentos eclesiais não param nas boas intenções, mas estão dispostos a trabalhar com afinco para anunciar o Evangelho, e era nessa atitude de alma que aqueles peregrinos estavam ali diante do Papa.

Bom conhecedor dessa realidade, Dom Riłko interpretou de novo os sentimentos de todos (e dos milhões de outros que não puderam estar presentes), concluindo:

Os movimentos e as novas comunidades se reuniram aqui para dizer ainda uma vez ao Sucessor de Pedro: Estamos prontos para a missão! A Igreja pode contar conosco! O Papa e os bispos podem contar conosco!

Em seguida, Bento XVI estimulou aquela multidão a entregar-se ao afã da evangelização, conservando a unidade na variedade de seus carismas.

Enquanto dirigimos ao Espírito Santo uma fervorosa prece, pedindo-Lhe que faça essa conclamação do Papa atingir os católicos por toda a extensão da terra, entoamos o hino que há 70 anos cantavam os congregados marianos e as filhas de Maria:

“Mocidade vibrante e sadia, / deixa a inércia em que estás, / renuncia à inação criminosa. De pé! De pé! / deu o Papa a voz de comando, / carrilhonam os sinos de bronze, / Descem do alto seus brados de fé”.