Os tempos atuais, atravessados por dramas, incertezas, angústias e sobretudo por ofensas a Deus, bem merecem o alerta de S. S. João Paulo II: “A civilização da morte quer destruir a pureza do coração”. (Homilia de 12/6/1999, vide p. 18).

Com inteira propriedade o Papa usa o terrí­vel título de “civilização da morte” para designar a huma­ni­dade de hoje, além de afirmar que: “Um dos seus métodos de agir é pôr intencionalmente em dúvida o valor da atitude do homem, que de­fi­nimos como virtude da castidade”.

Essa é uma das razões pelas quais o homem de hoje busca a paz e não a encontra, pois condição essencial para isso é ser puro de corpo e de coração.

É tendo em vista a obtenção dessa paz de alma que João Paulo II se empenhava em encorajar os fiéis: “Não tenhais medo de viver contra as opiniões da moda e as propostas em contraste com a lei de Deus”.

O Santo Padre exorta ao esforço, mas sabe quão árduo é andar nos caminhos do Senhor. Por isso aconselhava:

Para vencer esta lu­ta, o homem deve dirigir-se a Cristo. Só será capaz de vencer se esti­ver corroborado pela sua força, pela força da sua Cruz e da sua ressurreição. “Ó Deus, cria em mim um coração puro” (Sl 50[51],12), exclama o salmista, consciente da debilidade humana, porque sabe que para ser justo perante Deus, só o esforço humano não é suficiente.

“Deus qui ponit pondus, supponit manum”, diz um provérbio. “Deus ampara com a mão aquele sobre quem coloca um peso”.

Entre os inúmeros auxílios sobrenaturais que a Providência concede aos homens, um há que não poderia ser maior. O Senhor vem, Ele mesmo, ao encontro do fiel para revigorá-lo, e lhe ofe­rece o “Pão dos fortes”, a “fonte de vida”, a Sagrada Eucaristia, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do próprio Homem-Deus.

E para realçar ainda mais a grandeza do dom feito assim à humanidade, quis Ele que fosse instituída a festa de Corpus Christi, comemorada há pouco.

Essa celebração, já com mais de sete sé­culos de história, assim como o belo texto do cântico Lauda Sion, composto por São Tomás de Aquino expressamente para ela, são comentados na presente edição (págs. 5-10), como forma de também incentivar a devoção eucarística.

Que nunca deixemos de recorrer a esse alimento divino que tonifica e forma heróis da Fé, quaisquer que sejam as circunstâncias.