“O Senhor aumentava cada dia o número dos que estavam no caminho da salvação” (At 2, 47). Depois de Pentecostes, o crescimento da Igreja fez-se de modo célere, atingindo profundamente os corações. Foi a divina resposta para os males da época: um tufão de graças místicas de fé impelindo inúmeras almas para a conversão e para a santidade.

Assim foi ao longo de toda a História. Nos momentos de crise, sempre atuou o Espírito Santo de maneira decisiva e inexcogitável.

Inúmeros ataques e heresias visaram destruir a Santa Igreja, em seu percurso bimilenar. Entretanto, de cada embate ressurgiu ela ainda mais forte, sábia e triunfante.

Hoje mesmo nos encontramos entre dramas, guerras e violência.

Apesar das conquistas inquestionáveis — afirmou o Santo Padre durante sua recente viagem à Polônia — o século XX caracterizou-se de maneira particular pelo mistério da iniquidade. Foi com essa herança de bem, mas também de mal, que entramos no novo milênio (Homilia em 18/8/2002).

Muito pior do que as convulsões sociais é a tragédia do esquecimento ou indiferença da humanidade em relação a Deus. O mundo atual quase ousa proclamar que a verdadeira felicidade se encontra no pecado.

Também nos dias atuais intervém o Espírito Santo, suscitando movimentos eclesiais que, por sua pujança, dinamismo e decisão, demonstram quanto é imortal a Igreja, e atestam consistir a verdadeira felicidade no serviço de Deus.

São eles numerosos e variados em seus carismas; e, segundo declara o Santo Padre, constituem “a resposta suscitada pelo Espírito Santo a este dramático desafio do fim de milênio” (Discurso ao Congresso Mundial de Movimentos Eclesiais, 30/5/1998).

Essa é uma das razões pelas quais nos alegra estampar periodicamente em nossas páginas notícias sobre esses movimentos.

E é sob esse prisma que devemos acompanhar a expansão dos Arautos do Evangelho, e suas várias cerimônias de tomada de hábito realizadas no mês passado.

Eis aqui jovens — palavras proferidas às recipiandárias, durante a Missa de 15 de agosto — suscitadas pelo Espírito Santo para levar uma vida de castidade perfeita, de entrega total. Elas se ufanam em proclamar que a felicidade não está na transgressão da lei de Deus, mas na prática da virtude. A tomada de hábito significa uma mudança completa de vida. Elas querem ser santas.

É no ardor pela santidade que se encontra a raiz de toda expansão e vigor dos movimentos leigos.