São José, além de ser padroeiro da Igreja Universal, modelo de esposo, modelo de pai, padroeiro das famílias e da boa morte, é conhecido também como o padroeiro dos trabalhadores.

No ano de 1955, o Papa Pio XII instituiu o dia 1º de maio como a data na qual se celebra a festa de São José Operário, sendo uma maneira de recordar o sentido cristão do trabalho e de cristianizar o dia mundial do trabalhador.

Modelo de humildade, operário de Nazaré

Ao instituir esta solenidade, o pontífice recordou o papel do trabalho como "dom de Deus" e do trabalhador como "imagem de Deus".

Se referiu à São José como "o humilde operário de Nazaré", que encarna "diante de Deus e da Igreja a dignidade do operário", e o nomeia guardião dos trabalhadores e das famílias:

"O humilde operário de Nazaré, além de encarnar diante de Deus e da Igreja a dignidade do obreiro manual, seja também o próvido guardião de vós e de vossas famílias",

indicou o então Pontífice.

Mas recordar a São José como modelo de trabalhadores vai além.

O certo é que como pai adotivo de Jesus e esposo de Nossa Senhora fez tudo o que esteve ao seu alcance para prover com esforço e trabalho as necessidades de sua família.

Um trabalho que realizou a partir de um nobre ofício para a época, como era o do carpinteiro, segundo referências de São José no Evangelho de São Mateus:

"Não é esse o filho do carpinteiro?" (13, 55).

Custódio da Sagrada Família

Mas o principal trabalho que assumiu São José, foi a missão que Deus lhe encomendou: ser custódio da Sagrada Família, uma missão que realizou de maneira exemplar, acolhendo-se por inteiro à vontade de Deus; dali também seu apelativo como "homem justo".

No Evangelho de São Mateus 1, 20-25, se vê claramente este traço de São José:

Eis aqui que lhe apareceu em sonhos um Anjo do Senhor, dizendo:

"José, filho de Davi, não temas receber a Maria tua mulher, porque o que se engendrou n'Ela é do Espírito Santo.

E dará a luz um filho, e lhe porás por nome Jesus, porque Ele salvará ao seu povo de seus pecados.

Tudo isto sucedeu para que se cumprisse o que o Senhor havia falado por meio do profeta, dizendo: 'Eis aqui, a Virgem conceberá e dará a luz um filho, e lhe porá por nome Emanuel, que traduzido significa: Deus conosco'".

E quando despertou José do sonho, fez como o Anjo do Senhor lhe havia mandado, e tomo consigo a sua Mulher; e a conservou virgem até que deu a luz a um filho; e Lhe pôs o nome Jesus.

Modelo de Cristo e da Igreja

São João Paulo II na Exortação Apostólica Redemptoris custos, sobre a figura e a missão de São José na vida Cristo e da Igreja, destaca esta especial missão de São José como custódio de Jesus, sublinhando o exercício da paternidade que exerceu com o Filho de Deus:

"São José tem sido chamado por Deus para servir diretamente à pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade; deste modo ele coopera na plenitude dos tempos no grande mistério da redenção e é verdadeiramente 'ministro da salvação'.

Sua paternidade se expressou concretamente 'ao ter feito de sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da Encarnação e a missão redentora que está unida a ele; ao ter feito uso da autoridade legal, que lhe correspondia sobre a Sagrada Família, para fazer-lhe dom total de si, de sua vida e de seu trabalho; ao ter convertido sua vocação humana ao amor doméstico com a oblação sobre-humana de si, de seu coração e de toda capacidade, no amor posto ao serviço do Messias, que cresce em sua casa".