Pode-se afirmar que Deus tem um desejo de perdoar-nos maior que o nosso desejo de ser perdoados. O excesso de sua misericórdia lhe impele a exercer o perdão muito mais do que o excesso de nossa miséria nos empurra a pedi-lo. Aconteça o que acontecer, a misericórdia divina é sempre superior à miséria humana.  

Para o perdão dos pecados é condição indispensável que o pecador queira ser perdoado. Para que os pecados possam ser perdoados por Deus é preciso o arrependimento por tê-los cometido. Esse arrependimento deve brotar por um motivo sobrenatural, mais ou menos perfeito. Não basta o arrependimento por motivos naturais. Deus se compraz em perdoar nossos pecados, porque com isso manifesta o grau sumo, não só de seu amor e de sua misericórdia, senão também sua onipotência e poder infinitos. Só Deus pode perdoar os pecados infundidos na alma do pecador arrependimento, a graça santificante constitui uma verdadeira criação sobrenatural.  

Para que Deus perdoe os nossos pecados é absolutamente indispensável que nós perdoemos previamente ou ao mesmo tempo os que nos tenham ofendido em algo pouco ou muito. Dessa cláusula do “Pai-Nosso” se deduz algo que tem um sabor irrefutável, óbvio de conclusão matemática: Todos os pecados podem ser perdoados, menos um, nossa negativa em perdoar.